HISTÓRIA EM MOVIMENTO: O Teatro Municipal

Data: 05/06/2014 | Autor: Ascom/Câmara | Categoria: Notícias da Câmara

HISTÓRIA EM MOVIMENTO: O Teatro Municipal

De acordo com o memorialista Otávio Miranda Gouvêa, no ano de 1873 surgiu o grupo artístico União e Progresso, que fazia apresentações na cidade com o objetivo de adquirir fundos para a construção de um teatro. Dois anos depois, em 1875, foi inaugurado o Teatro União, na Avenida do Imperador (atual Dr. Lisboa), construído com o dinheiro arrecadado da população local.

Segundo o escritor Amadeu de Queiroz, em 1894 ele e seu cunhado José Ribeiro fundaram o Clube Dramático, que tinha como finalidade restaurar o teatro da cidade quase em ruínas e promover representações teatrais.

O Teatro União foi doado ao Município em 14 de fevereiro 1896, de acordo com documento lavrado em cartório, pertencente ao acervo do Museu.

Amadeu de Queiroz, através de suas memórias, conta-nos sobre as apresentações ocorridas no Teatro: “Nas noites de apresentação, o porteiro trabalhava desde o pôr do sol para receber as cinco cadeiras que cada família mandava colocar nos respectivos camarotes. Às sete horas já iam chegando os espectadores: rapazes e rapazotes de bengala, e as mulheres com seus melhores vestidos. Às nove horas o pano se levantava; sucediam os atos com intervalos infindáveis; na plateia os impertinentes reclamavam batendo em coro no soalho com a ponteira das bengalas, enquanto soavam no palco, do outro lado do pano, marteladas na montagem do cenário. Durante os intervalos, no saguão apertado, reuniam-se os homens para fumar, atropelando-se uns aos outros para avançarem contra o botequim bem provido de doces e bebidas.”

Entre o fim do século XIX e início do século XX, o edifício passou por uma reforma que alterou consideravelmente sua fachada.

Desde o início, o Teatro Municipal tem recebido grupos amadores e também grandes companhias, tendo sido palco para a apresentação de óperas e operetas que vinham de São Paulo. Nos anos 20, destaca-se o famoso médico e dramaturgo pouso-alegrense Dr. Garcia Coutinho, que compunha e dirigia peças, além de confeccionar os cenários para as apresentações.

Em 1932, o Teatro passou a funcionar como cinema, o cine Eldorado. Em 1939, o prédio foi alugado à Rádio Clube PRJ7. A partir de 1960, abrigou a cadeia pública e a delegacia de polícia, e chegou também a ser alugado para uma loja de móveis na década de 1970. Segundo o Jornal O Linguarudo, nesse período, o prédio ainda passou a funcionar como um lugar de diversões para crianças e jovens, contendo brinquedos elétricos, museu de cera e até mesmo um autorama em seu auditório.

O Teatro foi reformado em 1978, quando foram retomadas as atividades culturais. Na década de 1980, abrigou o Cine Clube, que funcionava às quartas-feiras e exibia gratuitamente filmes nacionais.

(Texto: Fernando do Vale e Mayke Riceli. Supervisão: Alexandre de Araújo. Fonte: “A história de Pouso Alegre”, Octavio Miranda Gouvêa; “Dos 7 aos 77”, Amadeu de Queiroz; Acervo do MHMTT)

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