Pouso Alegre perde o guardião de sua memória
Pouso Alegre perde o guardião de sua memória
Alexandre de Araujo nasceu em Pouso Alegre, em 17 de abril de 1922 e faleceu em 15 de janeiro de 2014.
Filho de Sebastião de Araujo e Maria Luiza Laira de Araujo estudou no Grupo Escolar Monsenhor José Paulino, na escola de Dona Zequinha Wolf e Dona Carlinda (Praça João Pinheiro) e no São José até o 2º ano.
Seu pai, Sebastião de Araujo, era proprietário da Casa Araujo, que abrangia livraria, tipografia e encadernação. Em 1939, foi para o Exército, onde permaneceu por dois anos e dos 12 aos 16 anos trabalhou no estabelecimento comercial de seu pai.
De 1939 a 1941, serviu no 8º Regimento de Artilharia Montada (RAM), em Pouso Alegre e na 2ª Bateria Independente de Artilharia Automóvel, em Olinda (PE).
Residiu no Rio de Janeiro, em Juiz de Fora e Belo Horizonte, trabalhando em firmas particulares. De 1950 a 1978, foi funcionário do Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER), chefiando a Sessão Pessoal na construção da BR 381, a Rodovia Fernão Dias.
Na década de 1960, foi gerente da PRJ-7 e do Cine Glória. Em 1964, foi convidado por Argentino de Paula, então presidente da Câmara, para ocupar o cargo de secretário executivo no legislativo, assessorando presidentes e vereadores.
Em 1965, promoveu uma exposição de fotos e documentos relacionados a Pouso Alegre, nas vitrines da Casa Vitale, na Avenida Dr. Lisboa. A idéia de se criar um museu já amadurecera quando visitava museus de Recife e do Rio de Janeiro nos idos de 1950/1960, e a primeira peça que o despertou foi uma vestimenta militar de seu avô, capitão da Guarda Nacional Maurício Braz de Araujo, cuja espada está preservada no Museu.
Em 1976, a Câmara lhe conferiu o título de “Grande Pouso-alegrense”, pelos serviços prestados à comunidade na legislatura 1973/1977.
Em 1984, instalou no piso superior do prédio da Câmara a “Galeria para Exposição de Fotos e Documentos” relacionados a Pouso Alegre.
No mesmo ano, foi nomeado, pela Câmara, supervisor da Galeria Tuany Toledo, posteriormente denominada de Museu Histórico Municipal Tuany Toledo. Alexandre de Araujo foi o idealizador, criador e era o atual diretor do Museu.
Em 1996, foi condecorado pelo 14º GAC com os diplomas “Amigo do Grupo Fernão Dias” e “Colaborador Emérito do Exército”.
Publicou dois livros, “Ex-chefes do Executivo” e “Pouso Alegre através dos tempos: sequência histórica”, em 1997.
Em 2002, foi homenageado pela Prefeitura com o diploma “Fundador da Cidade”, e em 2003, pela Câmara Municipal com a “Insígnia Tiradentes”.
Alexandre de Araujo era casado com Leonor Rocha de Araujo e deixa três filhos: Wanderley, Lúcia Helena e Emerson, cinco netos e dois bisnetos.
A Câmara Municipal mesmo com a dor da perda do guardião da memória de Pouso Alegre se compromete em não medir esforços na manutenção e zelo do Museu Histórico que é o maior legado que Alexandre de Araujo deixa para as nossas gerações futuras, que a partir desse visionário terão a possibilidade de conhecer e vivencias as historias da terra do Mandu.